SOBRE
RACISMOS E INTOLERÂNCIAS

De início, eu não penso que deva
apresentar a minha opinião sobre tudo. Não deve colar em mim essa obrigação de
dar palpite sobre tudo o que sai na imprensa, sobre cada passo dos políticos
nem qualquer outro dever programático. Isso é repugnante, gente que se acha
especialista em toda matéria, desde fonte renováveis de energia até mecanismos
políticos e tendências eleitorais, passando, é claro, por táticas de futebol e palpites
sobre doutrinas teológicas.
No entanto, aquilo que é do
meu conhecimento, sim. Sinto-me em condição de dar uma palavra sobre racismos, intolerâncias,
radicalismos, polarizações, nacionalismos: isso é coisa de gente que se
apequena diante da grandeza da humanidade que temos em Cristo, mas o Cristo simples,
despido das colorações ideológicas, militantes, partidaristas.
“Ah! Isso é reducionismo”,
alguém dirá. Claro que alguém dirá! Mas qual é a “melhor solução” que a sua
ideologia nos dá? E a sua “filosofia de vida”, a sua cosmovisão, tem ajudado em
quê? O seu posicionamento no espectro político tem permitido a outros
expressarem-se e orientarem a massa agitada? Penso que não.
A locução “em Cristo”,
popularizada por Paulo, coloca um ponto final no divisionismo, na intolerância,
dos preconceitos que temos visto do Oriente ao Ocidente, de Norte ao Sul. Como?
Pelo simples fato de que estar “em Cristo” coloca um fim às distinções raciais,
religiosas, culturais e sociais. Mas é óbvio que não é qualquer Cristo, pois
até as denominações testificam que há divisões internas. Somente um Cristo compreendido
de joelhos, não com o nariz empinado, é o Cristo pacificador, reconciliador. Um
Cristo de quem abre mão de ter razão.
Somente “em Cristo” há nova
vida para todos, pois “nele” é “onde não há grego, nem judeu [distinções
étnicas], circuncisão, nem incircuncisão [distinções religiosas], bárbaro, cita
[distinções culturais], servo ou livre [distinções sociais]; mas Cristo é tudo
em todos [reconciliação ampla]” (Cl 3.11).
Cristo é um Deus que
interessa a todo ser humano em conflito! “Em Cristo” não há cor de pele, mais
ou menos educação, melhores ou piores condições financeiras. “Em Cristo nós
olhamos para o mesmo lugar, tendo o mesmo sentido e um mesmo parecer
(1Corintios 1.10).
Cristo também não
estabeleceu uma geografia para os seus e outra para os estrangeiros, para os
imigrantes que buscam refúgio. Não há um território que devamos defender, porque
“do Senhor é a terra, o mundo, e os que nele habitam” (Salmo 24.1). Ele nos deu
a terra para dela tirarmos o nosso sustento.
Cristãos que encontraram-se pessoalmente
com Cristo não lutam por um pedaço de chão; não há para a Igreja uma “terra
santa”, nem aqui, nem em lugar algum do planeta, porque a nossa esperança está
para além das possessões terrenas e nos damos muito bem com isso (Hebreus
11.10). O nosso lugar é onde Cristo está, porque somente “em Cristo” nós somos.
Por fim, aos que ainda assim
possam chamar-me “isentão”, dizendo que não podemos nos calar diante das injustiças
sociais que bem conheço, tomo (novamente) o exemplo do meu Senhor, que diante
da necessidade de usar os seus direitos, “não abriu a sua boca” e “guardou
silêncio” (Isaias 53.7; Mateus 27.13-14 e 26.63). Há a hora certa para falar e um
dos motivos pelos quais a Igreja tem perdido a oportunidade de ser ouvida é
porque fala quando não precisa e cala-se quando é necessária.
Cristo soube separar o que
era valioso e as causas pelas quais devemos lutar. Deixou com César o que lhe
pertence e orientou-nos a ocupar-nos com o que é necessário dentro da alçada de
cada um: “Marta!
Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a
boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10.41-42).
O posicionamento do cristão
frente ao que lhe compete determina o modo como frutificará os seus esforços
(Romanos 12.6-8).
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